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A Fábula das Corujas e o Leão Rei

  • Foto do escritor: Mundo Encantado dos Livros
    Mundo Encantado dos Livros
  • 16 de mai.
  • 2 min de leitura

Por: Arthur Souto

Nesta fábula poética e simbólica, um grupo de corujas sábias, que representam os verdadeiros educadores, luta com dignidade contra a negligência e a indiferença do Leão Rei, símbolo de um poder que finge valorizar a educação, mas não oferece as condições mínimas para sua realização.

Diante do descaso, as corujas escolhem resistir com firmeza e amor.

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No coração da Floresta de Pindorama, vivia um grupo de corujas sábias, pacientes e dedicadas.

Com suas asas serenas e olhos atentos, ensinavam todos os filhotes da floresta, dos macacos aos tatus, com amor e verdade. Eram o coração pulsante do saber.


Mas o Leão Rei, que governava a floresta com rugidos e promessas vazias, pouco se importava com a sabedoria. Dizia valorizar as corujas, contudo lhes negava o necessário: alimento justo, abrigo digno e instrumentos para ensinar.


As corujas, antes de se rebelar, tentaram dialogar. Enviaram cartas escritas com bicos cuidadosos, pedindo apenas o justo. O Leão as ignorou.


Cansadas, algumas pensaram em abandonar os ninhos. Entretanto a coruja mais velha, Dona Renata, lembrou-se do caminho da não violência:


— Não deixaremos os filhotes à deriva. Mas também não seremos cúmplices da injustiça. Vamos agir com firmeza e paz.

As demais corujas ouviram com atenção e repensaram seus ideais.


— Continuaremos ensinando, mas com verdade. Não enfeitaremos mais os galhos para parecer que tudo vai bem. Mostraremos o real: os livros rasgados, os ninhos gotejando, as penas cansadas. E faremos isso em silêncio, com amor, mas com firmeza — propôs a sábia coruja.


— Não participaremos das avaliações que mascaram a realidade. Não usaremos as plataformas mágicas que distraem da essência. E mais: convidaremos os pais dos filhotes para ver de perto como vivemos. Eles merecem saber a verdade! — exclamou uma jovem coruja, cansada do velho sistema de coisas.

As corujas agiram com coragem tranquila. Não deixaram de ensinar, mas pararam de fingir que tudo estava certo.

Os bichos da floresta começaram a ver com clareza. Um por um, uniram-se às corujas, não com gritos, e sim com ações: os macacos levaram frutas para os ninhos, os tatus consertaram buracos, e os pássaros ecoaram a mensagem.


O Leão, acostumado a governar pelo medo, viu-se cercado pela verdade serena das corujas. Sentiu vergonha. Pela primeira vez, desceu de sua pedra e, em silêncio, escutou.


E a mudança começou. Não pela força. Mas pela coragem firme de quem insiste no bem.


Moral da história:

A verdadeira revolução não grita. Ela age com amor, verdade e persistência.


Por: Arthur Souto

@mundo_encantado_dos_livros


Autor de:

A FADA do PIX (ganhador como melhor livro original 2024 do @premioecosdaliteratura)

Pé de Menina

O Tumbeiro (ganhador como melhor romance de 2024 pelo @premiobookbrasil)

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