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🎃 Fantasia que Engana

  • Foto do escritor: Arthur Souto
    Arthur Souto
  • 16 de out.
  • 2 min de leitura

No ritmo de um cordel envolvente, Arthur Souto questiona o hábito de importar tradições e esquecer as próprias raízes. Com humor e crítica, o autor contrasta o Halloween estrangeiro com o rico folclore brasileiro, lembrando figuras como o Saci, a Iara e a Cuca. Entre versos rimados e reflexões afiadas, o texto convida o leitor a celebrar a cultura nacional e a reconhecer o verdadeiro encanto das nossas lendas, que não precisam de fantasia para brilhar.

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No fim de todo outubro,

Se espalha uma confusão,

É bruxa pra todo lado,

Fantasma e abóbora no chão.

Mas por trás dessa festança,

Tem mais coisa, meu irmão.


O povo veste fantasia,

Sem saber o que há por trás,

E grita “doces ou travessuras”,

Em inglês, pra parecer sagaz.

Mas esquece o que é da gente,

E o valor que o Brasil traz.


O tal do Halloween, meu povo,

Veio lá da Irlanda fria,

De um povo celta antigo,

Que tinha outra filosofia:

Celebrava os mortos e os vivos,

Na noite de magia.


Chamava-se Samhain, o nome,

Era tempo de oferendar,

Aos espíritos que voltavam,

Pra Terra visitar.

Usavam máscara e fogo,

Pra o mal não se achegar.


Veio o tempo, veio a Igreja,

Mudou nome, tradição,

Chamou de “Noite dos Santos”,

Pra cristianizar a nação.

Mas o culto continuava,

Em outra versão.


E quando a América nasceu,

Levou junto essa mania,

Fez festa, doce, comércio,

Cinema e fantasia.

E o mundo, encantado,

Copiou a feitiçaria.


O Brasil, coitado e doce,

De alma tão colorida,

Esqueceu do seu folclore,

Da sua própria vida.

Trocou o Saci da mata,

Por bruxa importada e vestida.


O Saci, de gorro vermelho,

De risada e travessura,

Ficou esquecido no canto,

Perdeu pra cultura “dura”.

Mas o povo sem raiz

Perde até sua doçura.


Não é errado conhecer,

O que vem de outro lugar,

Mas é burrice trocar alma,

Por moda de importar.

Quem esquece a própria história,

Não tem chão pra caminhar.


Então, no dia trinta e um,

Em vez de só se pintar,

Lembre o Saci, a Iara,

E a Cuca no seu luar.

Que o Brasil tem seus mistérios,

E histórias pra encantar!


✍️ Escrito por: Arthur Souto


📚 Autor de: Pé de Menina, O Tumbeiro (Prêmio Book Brasil 2024), A Fada do PIX (Prêmio Ecos da Literatura), Minha vida em versos e flores e Tonha, a barraqueira.


📸 Instagram: @mundo_encantado_dos_livros


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